Vejamos: "Chego a me convencer de que este rendeiro não desocupará o aposento, enquanto o espírito não se desligar da matéria".
Luiz Thomaz tinha no seu relacionamento pessoas que freqüentavam o espiritismo, embora não gostasse de comentar este assunto. Em 1908, já freqüentava e tinha conhecimento dos fenômenos do espiritismo, como deduzimos de uma carta enviada a seu primo Joaquim Alves Pereira, em Portugal.
"Eu, devido aos padecimentos e desgostos por que tenho passado, fui procurar o bálsamo no espiritismo, o que felizmente encontrei. Não só o bálsamo para os meus padecimentos, como coragem para enfrentar os reveses da vida e a resignação para conformar-me com tudo que for designado. Agora sou feliz, porque acho que tudo quanto nos sucede são provações por que temos que passar na Terra."
"Eu, devido aos padecimentos e desgostos por que tenho passado, fui procurar o bálsamo no espiritismo, o que felizmente encontrei. Não só o bálsamo para os meus padecimentos, como coragem para enfrentar os reveses da vida e a resignação para conformar-me com tudo que for designado. Agora sou feliz, porque acho que tudo quanto nos sucede são provações por que temos que passar na Terra."
Luiz Alves Thomaz, livre da lida dos negócios, tinha o hábito de ir à casa comercial de um amigo, proprietário de uma torrefação de café, e passar algumas horas para se distrair. Por casualidade ou por intervenção das Forças Superiores, aí se deu o encontro com Luiz de Mattos, que entrara no estabelecimento para cumprimentar o amigo Manuel.
Manuel vinha insistindo com Luiz de Mattos para que o acompanhasse a uma casa espírita; sem obter êxito. Luiz Alves Thomaz, presenciando a reiteração insistente do convite, dirigiu-se a Luiz de Mattos, a quem já conhecia das lidas comerciais, e ofereceu-se para ir também, caso atendesse ao pedido do amigo.
Luiz de Mattos aceitou de imediato e ficou sensibilizado pela maneira como o fez Luiz Thomaz. Na hora marcada, os três se dirigiram à casa espírita, onde já eram aguardados à porta por um cidadão, que convidou Luiz de Mattos para assumir a presidência dos trabalhos por ordem do padre Antonio Vieira. Luiz de Mattos, de imediato, rejeitou. Mas, atendendo à insistência de Luiz Thomaz e Manuel, aceitou.
Pelos fatos observados, estava sendo dado, nesse momento, o primeiro passo para a implantação do Racionalismo Cristão.
Depois de um ano de exaustivos e profundos estudos sobre a vida fora da matéria, Luiz Thomaz e Luiz de Mattos estavam convictos da realidade do espiritismo, já com fundamentos para a construção da verdadeira Doutrina de Cristo.
Em 1910, fundaram um centro espírita para estudo, prática e divulgação do verdadeiro espiritualismo, instalado em prédio de Luiz Thomaz, na Rua Amador Bueno, 190, na cidade de Santos, dedicando-se ambos de corpo e alma às responsabilidades assumidas perante as Forças Superiores. Luiz de Mattos assumiu a incumbência da codificação da Doutrina e Luiz Thomaz ficou responsável pela parte financeira.
Foram dois homens de extraordinário valor. Luiz Thomaz, em 25 de setembro de 1911, casou-se com dona Amélia Maria de Mattos Thomaz, sobrinha de Luiz de Mattos. Já aposentado dos negócios, voltou com toda a fibra, trabalhando incansavelmente, para que não faltasse nada ao trabalho que vinha desenvolvendo Luiz de Mattos.
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Em 2 de outubro de 1911, comprou um terreno na Rua Jorge Rudge, 121, no Rio de Janeiro, e em 3 de janeiro de 1912 comunicava a Luiz de Mattos os preparativos para a construção do prédio do Centro Espírita Redentor, inaugurado em 24 de dezembro de 1912.
Em 27 de novembro de 1911, tornou-se sócio comanditário do jornal Tribuna Espírita, impresso no Rio de Janeiro, para facilitar a Luiz de Mattos o trabalho de divulgação da Doutrina.
Em 25 de setembro de 1912, Luiz Thomaz reuniu a diretoria e comunicou que assumia todas as despesas com o custeio do hospital, que montava a importância de 1,5 contos de réis mensais.
Em 1916, Luiz de Mattos e Luiz Thomaz fundaram o jornal A Razão para divulgar e propagar a Doutrina.
Luiz Alves Thomaz, além de proporcionar a Luiz de Mattos os recursos financeiros para todo o trabalho realizado na implantação da Doutrina, deixou um grande lastro de patrimônio para que a Doutrina continuasse a cumprir o seu desiderato.
Luiz Thomaz desencarnou em 8 de dezembro de 1931, no Hospital da Real Benemérita Sociedade Portuguesa, da cidade de Santos.
Luiz Thomaz foi um grande lutador, consumiu sua vida de trabalhos e canseiras entre o escritório em Santos e as fazendas de café, no interior dos Estados de São Paulo e do Paraná.
Passou grandes sofrimentos e dissabores, teve alguns prejuízos de ordem financeira, mas como um espírito muito evoluído tudo venceu, não se deixando abater pelos sofrimentos.
Era um homem de atitudes francas, destemido, e cumpria suas obrigações corretamente, não tinha tempo bom ou ruim para o cumprimento dos seus deveres.
Na abertura de seu testamento, parte dos seus haveres havia destinado a instituições de beneficência em Portugal e no Brasil. Os bens que amealhara durante sua vida simples, sem ostentações, desprezando o supérfluo, repartira-os entre as casas que cuidavam dos desempregados e, enfim, de todos os necessitados. Foi irrepreensível nas ações da sua vida.
Luiz Alves Thomaz, homem de ações irrepreensíveis
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