A ambos deve-se
essa fonte de esclarecimento e saber que se sintetiza na Doutrina Racionalista
Cristã, porque os dois se completavam na integração de um só idealismo, de uma
única estrutura, de uma perfeita realização.
Luiz de Mattos e
Luiz Thomaz simbolizam os heróis da alma lusa, cuja aura sempre recobriu o
Brasil na majestosa seqüência dos fatos históricos.
Sobre a vida de
Luiz Thomaz, podemos dizer que, nasceu em Portugal, a 4 de Agosto de 1871, na aldeia de Moita, freguesia e Concelho de Castanheira de Pêra, Distrito de
Leiria.
Deixou o lar
paterno com a idade de 15 anos, para imigrar para o Brasil, desembarcando na
cidade de Santos a 28 de Maio de 1887.
Entrou menino para
o comércio, mas foi sempre distinguido pelos seus patrões, pelas suas grandes
qualidades de trabalho e de economia.
Jovem ainda, viu-se
comerciante à força. Um seu irmão, José Alves Thomaz, de quem sempre foi muito
amigo, estabelecido em Lisboa, sem nada lhe prevenir, manda-lhe certa vez,
grande partida de gêneros alimentícios. Alguns perecíveis. Sem recursos para
pagar os direitos de tudo, retirou parte da mercadoria para vender e com o
produto da venda, formar capital para o pagamento dos direitos do restante da
mercadoria armazenada na alfândega.
Entre a mercadoria consignada,
grande parte consistia de batatas e cebolas que se deterioram facilmente.
Desalentado, Luiz Alves Thomaz abriu mão das suas parcas economias, acumuladas
com os minguados ordenados de caixeiro, em favor da mercadoria, para que o
prejuízo do irmão fosse menor.
Cambiou todo o
dinheiro apurado na venda e conjuntamente com o que era seu, remeteu tudo ao
seu irmão, que longe de suspeitar o que tinha acontecido, ficou satisfeitíssimo
com o resultado havido.
Diante disto,
viu-se obrigado a ser comerciante antes do tempo. E assim é que no ano de 1888,
associa-se ele com outro irmão, Manoel Alves Thomaz, já trabalhando também no
comércio de Santos. Desta forma, fundaram a firma Thomaz Irmão & Cia, à Rua Xavier da
Silveira, passando em 1892 para a Rua José Ricardo 20, num armazém maior e mais estratégico, portanto em frente ao porto e próximo ao centro de Santos.
Ambos trabalhadores
e honestos conquistaram crédito e prestígio, mas por divergência de gênios
tiveram que em julho de 1908, separar a sociedade, liquidando a firma com
grande ativo para ambos, pois, já haviam ganhado o bastante para viverem de
rendas.
Livre dos negócios,
mas abatido moralmente, dada a liquidação de uma Casa Comercial próspera e cuja
firma pela sua tradição, podia fazer a fortuna de algumas gerações, começou
Luiz Alves Thomaz a passar mal, a sentir-se enfraquecido, pois, embora ele
sozinho pudesse continuar gerindo os negócios, não o quis fazer por princípios
de lealdade ao irmão; já que ambos se estabeleceram, ambos tinham que se
desfazer da Casa, visto considerar uma deslealdade o ter de embolsar seu irmão
e ficar ele a testa da firma.
Desfeita a
sociedade, Luiz Alves Thomaz foi a Portugal, mas pouco demorou. O seu irmão Manoel Alves Thomaz, continuou em Santos dedicando-se ao ramo de hotelaria. Construiu o Palace Hotel, na praia do José
Menino.
Este hotel possuía dois lances de escadaria, terraço e decorações
arquitetônicas, ostentando uma aparência monumental. Foi inaugurado em 5 de
Março de 1910 e demolido em 1964, para ser substituído por empreendimento
imobiliário.
Luiz Alves Thomaz, de negociante
chegou a capitalista, proprietário e fazendeiro, crescendo sempre a sua
fortuna, à custa do seu labor honrado, jamais com um real que a outrem
pertencesse, o trabalho, a economia, o método, a disciplina, o respeito ao
alheio e o bem querer ao seu próximo, constituíam sua imaculada divisa de homem
honrado.
Aos quarenta anos,
possuindo fortuna material, podendo viver no fausto, não alterou os seus
hábitos de homem simples.
Sentindo-se
adoentado e os médicos consultados não acertando com a causa do mal que o
entristecia, dominado por certa nostalgia espiritual, começou a pensar em si,
na fortuna e na humanidade! Foi a Portugal buscar tratamento médico.
Quando Luiz Alves
Thomaz voltou de Portugal, estava faltando alguma coisa aquela alma sequiosa de
espiritualidade. Sempre aferrado ao pensamento da discórdia havida consigo e
seu irmão, sentia-se mal, e, não só por isso, como por ser um espírito lutador,
não podia conformar-se com aquela vida de inação comercial.
Luiz Thomaz não
tinha religião. Por convenção social, assistia às chamadas missas de corpo
presente ou por alma de um ou outro, mas por convicção religiosa, não
frequentava igrejas nem festas religiosas. Respeitava a crença dos outros
qualquer que fossem, cuidando unicamente de seus deveres morais e materiais.
Era bom filho,
dedicado irmão, foi bom tio, protegendo sempre seus sobrinhos, era
dedicadíssimo amigo, exemplar marido.
Foi desiludido dos
tratamentos médicos que vinha fazendo, neste estado de aborrecimento e
contrariedade é que veio ele a conhecer pessoalmente Luiz de Mattos, pois, no
alto comércio e na colônia portuguesa, já de há muito o conhecia, dada a
evidência do mesmo naqueles meios. No espiritismo tratou-se e curou-se, mas
ainda não estava satisfeito.
Encontraram-se
ambos em casa de um terceiro, que era amigo dos dois e também um dos que havia
encarnado para servir a Verdade, encetaram conversação e dentro de algum tempo,
com frequência às sessões foi vindo-lhe a luz e como que despertando de um
sonho, começa a compreender a vida de um outro prisma, o foro íntimo acusa-o de
ainda não ter feito nada do que precisava fazer. Logo, foram dados os primeiros
passos para a fundação da Doutrina da Verdade ou Espiritismo Racional e
Científico Cristão.
As reuniões publicas passam a ser feitas em prédio seu, mudando-se,
portanto, o centro.
Estuda
conjuntamente com Luiz de Mattos a doutrina espírita, vêm e sentem na ocasião,
ser ela a maneira ideal de se divulgar a Verdade; tornam-se ambos dois grandes
amigos. E eis Luiz Thomaz, não o fanático, mas o convicto, o crente na vida
fora da matéria a sentir-se confortado, animado, encorajado para novos
empreendimentos, para os quais vai encarnar a sua majestosa obra, passando à
posteridade, de geração em geração, com todo o brilho merecido através do
Racionalismo Cristão!
Ele e Luiz de
Mattos fundiram-se num só querer para o bem! São duas colunas possantes que
sustentam magnificamente o monumento da verdade. Se um é a coluna mestra dos
Princípios, o outro é a coluna mestra do patrimônio, Luiz Thomaz.
Em 25 de Maio de
1911, casa-se Luiz Alves Thomaz, em regime de comunhão de bens, com a sobrinha
de Luiz de Mattos, Amélia Maria Mattos, a qual passou a chamar-se Amélia Maria
de Mattos Thomaz. Entrou assim, Luiz Alves Thomaz para a família de Luiz de
Mattos a quem chamava de “tio”. Desse casamento não teve filhos.
Desde, antes de
casar-se, Amélia Maria de Mattos era médium desenvolvida.
Luiz Alves Thomaz,
escravo de suas obrigações, só se sentia satisfeito quando as tinha cumprido.
Para ele, não havia mal tempo ou “se não pagar hoje, pago amanhã”. Amigo de
honrar seus compromissos, muitas vezes foi visto debaixo de chuva torrencial a
caminho de suas fazendas para no dia predeterminado efetuar os pagamentos aos
seus funcionários.
Travou lutas
titânicas na defesa dos seus direitos, mas nunca deu um passo para lesar quem
quer que fosse; pelo justo ele era capaz de ir ao fim do mundo, buscar o que
por direito lhe pertencia, nada lhe fazia alterar seus hábitos de honradez.
Nas lutas travadas
com os amigos do alheio, viu-se ele por mais de uma vez, perseguido por mãos
criminosas, porém nunca estremeceu, nem desistiu; os bandidos perdiam a pista e
ele saia sempre ileso das emboscadas homicidas.
Certa ocasião,
tendo de ir duma fazenda a outra, viagem de horas, mandou aprontar a montaria
e, tomando-a, seguiu caminho, porém, antes, disse-lhe o administrador:
- O Sr. não vá só,
seguirá consigo o fulano porque se consta que estão à sua espreita...
- Não quero que vá
pessoa alguma comigo, disse no seu tom de voz forte, Luiz Alves Thomaz.
O administrador não
insistiu mais, mas ficou apreensivo.
Pois bem, chegado a
certo trecho do caminho, Luiz Alves Thomaz quis encurtar a viagem, indo por um
atalho no qual passava sempre, mas quem era capaz de fazer o cavalo obedecer
aos sinais dados pelas rédeas do cavaleiro?
Este fenômeno é
corriqueiro entre os viandantes e está bem explicado no livro “A Vida Fora da
Matéria” (Gravura no. 28, 11º, Edição – 1967), como prova de que o ser quando
anda bem assistido, não pode ser vítima dos malvados e dos malfeitores.
O que é certo,
porém, é que seus inimigos estavam à espera que Luiz Alves Thomaz palmilhasse
aquele caminho, pois sabiam que ele inalteravelmente, tinha que passar por ali,
visto ser a rota de sempre.
E, como esta,
muitas outras emboscadas lhe foram armadas, mas seu espírito não soube nunca o
que fosse medo.
De uma simplicidade
a toda prova, quem o visse o julgaria um proletário qualquer e nunca um
milionário.
Quem o quisesse ver
satisfeito era falar-lhe da vida de trabalho e economia. Era homem de fazer
questão de cem réis e de dar contos de réis. Sempre se sentiu bem entre os
humildes, entre os operários ou trabalhadores.
Luiz Alves Thomaz
manteve-se exemplarmente na sua missão, ora predicando com a fortaleza dos seus
conhecimentos, ora preparando fundos para a manutenção da grande obra. Soube
aplicar, com grande perícia, na vida prática de negócios e na economia privada,
as sábias e incomparáveis lições que o Racionalismo Cristão ministra, sempre
colhendo, como prova do seu valor, os mais auspiciosos resultados.
Forte, enérgico,
operoso, extremamente simples e controlado, desfrutou de plena autoridade moral
na corporificação de todos os seus atos, sempre comedidos e seguros, angariando
amizades e simpatias através de suas atitudes cativantes.
É princípio básico
da Doutrina que sendo, como é, uma entidade de elevado cunho espiritualista,
não se deve formar e manter a custa da migalha do necessitado, da espórtula do
desprovido, do sacrifício do sacrificado.
Para solucionar
este aspecto dos trabalhos que iriam desenvolver no Planeta, ao invés de
ficarem na dependência de humilhantes peditórios terrenos, como é comum, por
falta de esclarecimento espiritual, decidiram de pleno acordo resolver,
exatamente a situação financeira desta Doutrina.
Deste modo e graças
a Luiz Alves Thomaz, a Doutrina Racionalista Cristã nasceu independente, nunca
soube o que foi pedir e nem o deseja saber. Ela se impõe por princípios
imutáveis, e estes determinam que, em matéria de dinheiro, os assuntos
espirituais com ela não se imiscuam.
Partiu deste mundo
cinco anos depois do seu companheiro de ideal, Luiz de Mattos, em 8 de dezembro
de 1931, após cumprir a principal incumbência de deixar amparado,
financeiramente, o movimento Racionalista Cristão, que já por esta época
crescia, em número de adeptos.
Quando se abriu o
testamento de Luiz Alves Thomaz, feito um ano antes de sua desencarnação,
simples como fora toda a existência deste grande batalhador, desvendou-se aos
que não o conheciam na intimidade toda a grandeza do seu amor ao próximo.
Deixou e legou bens
aos seus parentes de Portugal; ao Hospital de São José em Castanheira de Pêra,
Distrito de Leiria em Portugal; aos professores e alunos da Escola Pública de
Moita da Castanheira de Pêra, em Portugal; ao seu amigo Francisco Bento de
Carvalho; à Sociedade Portuguesa de Beneficência de Santos-SP; ao Real Centro
Português de Santos-SP; à Escola Portuguesa de Santos; ao Asilo de Órfãos de
Santos-SP; ao Asilo de Mendicidade de Santos-SP; à Gota-de-Leite de Santos-SP;
à Sociedade Creche Asilo Anália Franco de Santos-SP; à Sociedade Amiga dos
Pobres Albergue Noturno de Santos-SP; à Sociedade Humanitária dos Empregados no
Comércio de Santos-SP; à sua esposa Amélia Maria de Mattos Thomaz; ao Centro
Espírita Redentor, Rio de Janeiro, deixou e legou o uso fruto perpétuo de 75%
de todos os seus bens, como cláusula de inalienabilidade vitalícia.
Este testamento foi
contestado pelos sobrinhos de Luiz Alvez Thomaz. Julgado em Agosto de 1938 pelo
Supremo Tribunal Federal, foi dado ganho de causa a D. Amélia de Mattos Thomaz
e à Doutrina Racionalista Cristã.
Quatro dias após a
sua desencarnação, Luiz Alves Thomaz deu a seguinte comunicação, em sessão
especial de Doutrinação, em 12 de dezembro de 1931, no Centro Redentor do Rio
de Janeiro:
“Entre amigos!
Espero ser ouvido e recebido como desejo!
O mundo tem suas
misérias, os homens quando por ele passam, tem suas misérias, os homens quando
por ele passam, ficam com suas almas como que entorpecidas, pesa-lhes demais o
corpo e por vezes é difícil, mui difícil à clarividência que deveriam possuir. Mas
uma vez cassada a vida material e passada à espiritual, como tudo se
transforma! Como tudo se modifica! Como o ser sente completamente diferente
daquilo que foi, daquilo que demonstrou, daquilo que fez...
Não vos venho
mendigar desculpas, mas venho até vós como companheiro leal, amigo e sincero
que hoje sou!
As dores morais, os
abalos produzidos pelas injustiças, pela falta de raciocínio, hoje não mais
devem imperar.
Como homem físico
lutei, como homem astral, hoje, lutarei.
Esta Doutrina,
filha das Forças Superiores, sua jóia predileta, que a nós foi confiada para
sua divulgação na Terra, deve ser divulgada, deve ser explanada, deve ser
respeitada e obedecida por aqueles que na Terra se dizem seus instrumentos, e o
devem ser de fato.
A minha manifestação
entre vós, amigos, não tem outro fim se não a solidariedade, a amizade, o apoio
todo espiritual que doravante vos tributarei.
Quando na Terra,
vivi mais materialmente do que espiritualmente: trabalhei para a Doutrina mais
materialmente do que espiritualmente, porque pesava sobre os meus ombros a sua
manutenção; olhava por ela com os olhos mais da matéria do que do espírito, porque
era preciso precavê-la dos salteadores; mas hoje, a coisa mudou de figura,
encaro-a conforme deve ser encarada, e desejo incentivar-vos para que se faça a
sua explanação, respeitando os seus Princípios.
A vida terrena é de
fato uma vida de sofrimentos: na Terra só se encontram dores, desgostos, mas a
vida espiritual para o ser que foi esclarecido, é um consolo, um descanso, é de
fato aquilo que deve ser.
Solicitando-vos,
pois a vossa lealdade, e que entre vós exista o espírito de justiça, a
sinceridade, desejo-vos fortes para enfrentar a luta, desprendidos para
cumprirdes os vossos deveres, independentes para que possais ser sempre
respeitados e jamais atacados no vosso moral.
E tu (Antonio),
companheiro e amigo, a quem eu estimava, mas de quem muitas vezes não era
compreendido, sentes agora a minha amizade?
- Sempre a senti,
sempre te considerei um amigo, só lastimava que houvesse a antepor-se entre nós
a desgraçada matéria, que não deixa ver as almas no seu irradiar, no seu
querer, no seu espargir de amizade verdadeira! Responde-lhe Antonio do
Nascimento Cottas.
- Sim, como já vos
fiz sentir, a matéria é densa e por vezes os nossos defeitos de educação muito
concorrem para que não sejamos aquilo que desejamos ser.
Quantas vezes fui
injusto!... Quantas vezes!... Mas uma vos quero fazer sentir:
Embora Vos
parecesse um “mata-mouros”, eu só tinha um fim: acordar, abrir os vossos olhos
e encaminhar-vos para a vossa independência material, desejando-vos livres por
completo, a fim de poderdes trabalhar com mais desembaraço, com mais liberdade
em prol da Doutrina.
Respeitei sempre as
Forças Superiores, só as não respeitava quando não as compreendia e muitas
vezes erroneamente as evocava para deliberações que só a mim me competiam; mas
isto mesmo, fazia com espírito de obediência.
Mas, desejando que
ponhais uma pedra no passado, tende agora em mira somente o presente, portanto,
lutai com denodo, procurai dar à Doutrina o impulso de que ela carece. O que
por ela fiz não é demais em comparação àquilo que ainda por ela podia fazer,
mas isso mesmo bem aproveitado e encaminhado lhe garantirá a sua eterna
independência.
Que possas,
portanto, (Antonio) gerir tudo que diz respeito à Doutrina com independência
precisa, com cuidado meticuloso de que carece, a fim de que possas, livre e
independentemente pregá-la, explaná-la e levá-la por diante.
Temos confiança
plena em ti e em diversos companheiros teus, mas também não podemos deixar de
vos prevenir que não vos descuideis, que procureis sempre fortificar as vossas
almas e encarar a vida tal qual ela se apresenta.
A Doutrina é bela!
Mas quando ainda na Terra nem sempre é por nós compreendida como deve ser.
Quantas falhas,
quantas faltas não pratiquei por não compreendê-la!... Por isso, vós deveis ter
sempre em mira os nossos conselhos, caminhar sempre com calma, com prudência,
raciocinando muitíssimo e pesando todos os vossos atos, para que não venhais a
sofrer as consequências.
Desejo (ao
Antonio), que saias o mais depressa possível da situação em que te encontras;
emprestarei o meu apoio espiritual para que isso se realize o mais depressa
possível; quero-te independente, valoroso e forte à frente da Doutrina, lutando
com valor, tudo superintendendo, tudo fiscalizando, tudo examinando
meticulosamente para que não sofra uma só parcela daquilo que lhe cabe.
E também quero que
empresteis todos vós, o apoio da vossa irradiação, todo o moral preciso, àquela
que foi a minha companheira, aquela a quem pedi que representasse a Doutrina,
que a levasse por diante, que jamais a abandonasse; estou certo de que ela
saberá cumprir o seu dever, mas quero que sejais seus amigos, que a amparais
com a vossa irradiação, com o vosso apoio espiritual, suavizando-lhe os
sofrimentos que possam advir da tremenda responsabilidade que lhe cabe e das
muitas más irradiações que sobre si serão atiradas.
Isto fazendo,
contentareis à minha alma e recebereis a recompensa do bem que fizerdes.
Terás o apoio de
Luiz de Mattos, o meu apoio, o apoio de Pedro Lessa, de Monsenhor Moreira, essa
plêiade de espíritos evoluidíssimos que se unem para te auxiliar, assim como a
todos os companheiros na luta em prol da Verdade.
Elevai agora o
vosso pensamento comigo, e procurai atrair nesta hora de paz, de sossego, de
tranquilidade espiritual, o nosso Pinheiro Chagas, o nosso Padre Antonio, o
nosso Camillo, o nosso Camões, o nosso Eça de Queiroz, o nosso Custódio Duarte,
essas belíssimas, evoluidíssimas trouxeram a Terra o Racionalismo Cristão, a
Doutrina da Verdade, que a implantaram com tanto sofrimento, com tanta dor, com
tanta luta, com tenta dificuldade!
Antonio Vieira! Nós
que fomos teus instrumentos, desejamos que a tua obra sempre glorificada, pelo
seu progresso, pela sua evolução, a fim de que sintas a tua alma satisfeita, ao
mesmo tempo em que a nossa evolui pelo sofrimento adquirido na luta em prol da
Doutrina."
Por Flávio Faria
Fonte: Sobre Luiz Thomaz,
o autor utilizou-se dos escritos contidos na obra Racionalista Cristã, Páginas
Antigas, editada pelo Racionalismo Cristão em 1954, bem como no trabalho
intitulado A Vida e a Obra de Luiz de Mattos, de Fernando Faria.
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